Esta é a conclusão do Relatório Final do Climate Resilience Dialogue, um grupo especial criado pela Comissão Europeia em 2021 e copresidido pela DG CLIMA e pela DG FISMA, do qual constam as recomendações para reduzir as lacunas de proteção causadas pelas alterações climáticas.
Reconhecendo que as catástrofes naturais causadas pelas alterações climáticas estão a tornar-se cada vez mais intensas e frequentes, o relatório confirma que, atualmente, apenas cerca de 25% das perdas relacionadas com as alterações climáticas são cobertas por seguros em toda a Europa, embora com grandes diferenças entre países.
As principais propostas que o relatório apresenta para mitigar e reduzir as lacunas em matéria de proteção climática incluem:
- Aumentar a sensibilização para os riscos – desenvolver ferramentas acessíveis aos consumidores e disponibilizar mais informação específica ajustada às necessidades de cada localidade;
- Explorar as oportunidades que os dados disponíveis e a sua utilização criteriosa permitem, para assegurar avaliações de risco adequadas;
- Aconselhar e incentivar os cidadãos a implementar medidas de adaptação;
- Partilhar responsabilidades e envolver todas as partes interessadas para criar e aumentar a resiliência;
- Considerar parcerias público-privadas e/ou a atribuição de subsídios.
Do ponto de vista dos seguradores, as alterações climáticas além de constituírem um enorme desafio e um perigo para a sociedade, estão também a ameaçar o relevante papel que o setor dos seguros pode ter na proteção de pessoas e bens quando estes eventos ocorrem, ao potenciarem o aumento e gravidade dos riscos, tornando-os inseguráveis a preços acessíveis.
Se se quiser que as empresas de seguros continuem a disponibilizar seguros com coberturas amplas e acessíveis, é fundamental reduzir radicalmente as emissões de gases com efeito de estufa e reforçar a resiliência da sociedade. O diálogo entre (re)seguradores, consumidores, empresas e decisores políticos, para ouvir, aprender e estudar soluções concretas, é fundamental.
A Insurance Europe divulgou, recentemente, o documento intitulado “Insurance matters”, já referido nesta edição, no qual sublinha que «as seguradoras podem utilizar os seus conhecimentos e competências em matéria de gestão de riscos para ajudar as pessoas, as empresas e o setor público a reduzir os riscos e a exposição e a aumentar a resiliência aos riscos climáticos, cibernéticos e outros. Conheça aqui o documento na íntegra (link).