
O ex-Presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, divulgou, a pedido da Presidente da Comissão Europeia, um relatório intitulado “The Future of European Competitiveness”, em que identificou e analisou os desafios enfrentados pela UE e apresentou recomendações que visam a melhoria da competitividade do bloco.
Pretende-se que o documento, divulgado no passado dia 9 de setembro, induza à adoção de políticas que reduzam o gap de inovação em relação aos EUA e China, o desenvolvimento de um plano conjunto que ligue o objetivo de descarbonização da economia ao aumento da competitividade; e ainda que fomente a segurança europeia, reduzindo a sua dependência face a potências económicas estrangeiras.
A adoção daquela agenda implicaria um financiamento anual na ordem dos 750 a 800 mil milhões EUR (equivalentes a um valor entre quatro e cinco por cento do PIB da UE, a valores de 2023) para projetos cujos objetivos foram já acordados pela UE. Embora parte do montante possa ser angariado através de investimento público, foi reconhecida a importância do financiamento privado, nomeadamente para as transformações social, verde e digital. A fragmentação dos mercados de capitais, com regulação e fiscalidade díspares, foi entendida, neste contexto, como um obstáculo, pelo que o objetivo de União dos Mercados de Capitais recebeu assim um novo fôlego.
O setor segurador europeu reagiu com entusiasmo ao repto lançado, assumindo o seu potencial papel enquanto investidor institucional, com foco no longo prazo. A este propósito, a Diretora-Geral da Insurance Europe, Michaela Koller, considerou que a regulação europeia deverá ser repensada, no sentido do reforço da capacidade do setor segurador em apoiar o emprego, a inovação e a investir na economia.
O manifesto “Insurance Matters”
A Insurance Europe aproveitou a ocasião para reiterar algumas das suas recomendações, enunciadas no manifesto “Insurance Matters”. Assim, instou a UE a fomentar o investimento privado na economia, nomeadamente favorecendo o investimento dos consumidores em produtos de seguros e pensões; através da revisão dos requisitos de capital impostos ao setor segurador, percebidos como excessivos e impeditivos do aproveitamento pleno das suas capacidades; por via do aumento do acesso das empresas seguradoras a ativos como capital de risco, infraestrutura, capital de PMEs e dívida; e promovendo a literacia financeira e de seguros e mecanismos de estímulo. Por outro lado, defendeu uma nova abordagem da regulação da UE, que facilite a inovação, competitividade global e a digitalização. Nesse sentido, reivindicou o cumprimento do compromisso de redução da exigência de reportes em 25 por cento; e a alteração do foco da regulação para se limitar ao estritamente necessário, favorecendo a eficácia e a eficiência.
Autor: APS. Fonte: Insurance Europe.



